quinta-feira, 23 de junho de 2016

sociedade estuprada


O caso da adolescente do Rio Janeiro que sofreu um estupro coletivo por 33 homens, chocou o nosso país e o dividiu em opiniões e questionamentos. O que me espanta é que querendo encontrar culpados para o ocorrido as pessoas aparentemente piedosas se tornam, muitas vezes, indiferentes. Logicamente no auge do acontecimento, se passam milhares de coisas em nossa cabeça, e sendo que, as informações sendo expostas gradativamente, gera uma tempestade de pensamentos sobre como de fato ocorreu o caso. Com ou sem consentimento da menina, somente o fato de 33 homens participarem de tal ato, já demonstra que algo está errado em nossa sociedade. Uma sociedade que uma hora ou outra consome o que ela mesma produz. Vivemos numa época de terror, onde ninguém está seguro, você pode ser a próxima vítima. 
A exposição nas redes sociais e a procura para ver o vídeo do estupro, demonstra um mínimo de insensibilidade e falta de empatia por parte da sociedade em si. Com a exposição midiática, outros 3 casos semelhantes ocorreram, num período curto de tempo, no interior do Piauí, todos envolvendo, de alguma forma, adolescentes. Parece que virou moda? Não! Inúmeros casos são silenciados. Milhares de vitimas não chegam a denunciar. O que acontece então? O senso de impunidade! A forma do crime parece banalidade, os agressores estão sempre rindo, e se exibindo, com uma frieza e normalidade assustadora. Não existe uma punição compatível a tal atrocidade, a tal crime hediondo. 
Ninguém pede para ser estuprado(a), essa é a grande realidade dessa história toda. Estupro, é algo sem consentimento, agressivo, uma selvageria. Os traumas que ocasionam na vitima são inúmeros, ainda mais o psicológico e social.
A cultura do estupro é algo de épocas antigas, em que as vítimas eram tratadas como um nada, servindo apenas de prazer para seus algozes e opressores. Hoje, temos apenas uma nova roupagem, mas com essa mesma linha de pensamento, o machismo exacerbado. 
Assim, feministas que lutam contra esse tipo de pensamento de que a mulher vista como sexo frágil, possam usá-las como simples objetos, ou para serem discriminadas sem pé de igualdade na sociedade, chamam atenção da mídia e da sociedade para esses casos, e outros também, que são classificados como sem importância. Em nenhum momento quero endossar que todos os meios para tal são válidos, mas que precisam ser revistos, isso sim precisa, não só debatidos, manifestados na redes sociais ou nas ruas, mas levados a uma reflexão de âmbito moral a todos.
Por que a culpa nunca é da vítima? Porque houve a invasão do espaço de alguém, da vontade do indivíduo. Independentemente de como a pessoa estava vestida, a hora, a idade, lugar e etc, não se tem e nem se dá motivos para tal criminalidade.
No meio religioso, na interpretação errônea de que a mulher é submissa ao homem, reforça mais ainda esse tratamento brutal para com a mulher. Maus tratos, ou até mesmo inferiorização do papel da mulher dentro de casa e dentro da igreja. Já dizia Paulo, que ser submissa ao marido, é assim como Cristo amou (e ama) e morreu por Sua igreja. Cristo olhava para as mulheres com um valor precioso na sociedade e para Seu Reino. Então o homem, no mínimo, deveria cuidar de suas mulheres, e não te-las como um ser inferior. Afinal, ela foi criada de uma parte do nosso corpo, da costela, para se sentir amparada e protegida, e como um ser igual a nós (homens) também. Cada um tendo suas características peculiares.
A vitima, assim como o estuprador, não tem uma característica exata, definida. Não tem credo, classe social, idade, tamanho, grau de beleza, profissão e etc. A violência física, sexual, psicológica está em todo lugar e contexto. Precisamos dá um basta nisso. Precisamos falar sobre isso. Precisamos reagir contra isso. 

Deus está atento a tudo que acontece em nosso meio. Sua permissividade, não quer dizer que é condizente com nossos erros, pecados e muito menos com o nosso sofrimento, mas temos nossa liberdade de escolha e que aceitemos as consequências. Até porque Ele está sendo deixado lado, esquecido, ofuscado.

Nossa sociedade precisa enxergar de uma vez por todas, os princípios, valores e bons costumes, que estão sendo jogados por terra. Nossos governantes precisam enxergar de uma vez por todas, os princípios, valores e bons costumes que estão sendo jogados por terra. (repetição proposital) 
O que está sendo ensinado aos nossos filhos e filhas nas escolas? Só saberem ler e escrever e passarem no vestibular?! No que nossos governantes estão preocupados, é só em pensar que uma população com dinheiro na mão para comprar o que ela quer, isso é progresso, é desenvolvimento?! Ás vezes pensamos que estamos evoluindo em muitos conceitos, e muitos outros são vistos como retrógrados, conservadores demais, extremistas. Não defendo extremismos, mas que essa fórmula de hoje não está funcionando, isso não está não. Pior cego é que não quer enxergar!!
Vemos uma precocidade em muitas crianças que saltam os olhos de tão espantoso que isso se tornou. Ouvimos músicas depreciativas, de cunho moral rebaixados e exaltando a sensualidade e imoralidade, pois quem não compor/cantar/dançar dessa forma, não faz sucesso não. Filmes, em que apanhar por amor é bom, planta em nossa mente a 'normalidade" desses atos. Novelas em que crianças estão em relacionamento sério com namoradinhos (as). Que os pais estão deixando a desejar na educação dos seus filhos, isso sim, estão! A pergunta não é somente onde eu errei, mas onde nós erramos!! (e continuamos a errar!) 
Vivemos numa "sociedade estuprada", e pasmem, nós mesmos somos os algozes.